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Se o Senhor é luz é fonte
Raio de sol a brilhar
Não seques a agua monte
Onde eu passo ao caminhar
Agua pura cristalina
Brota da fonte a jorrar
Sangue da terra devina
Não a podes deixar secar
Meu Deus meu Deus
Eu te quero amar ( bis)
Senhor dai-me forças
E ensina-me a rezar
Luz de esperança luz de fé
Eu pode ver um dia
De assustada que fiquei
Que quer de mim o Senhor perguntei
À virgem Maria
Reposta não encontrei
Mas minha fé aumentou
Ainda assim receio
Falar o Jesus pregou
Meu Deus meu Deus
Eu te quero amar
Senhor dai-me forças
E ensina-me a rezar
Beleza rara a das rosas
Que nos lembram
Momentos de felicidade e carinho
Como outras flores
Que são verdadeiros amores
Que vão quebrando
Desfolhando
Perdendo
Morrendo
Pelo caminho
Sei que poeta não sou
Mas gostava de o ser,
Convidaram-me e aqui estou
E nisso tenho prazer
À quem diga que o poeta
È sonhador, sábio, intelectual
Ele é um grande profeta
Se nasceu em Portugal
Eleva a sua fantasia com fervor
E nisso dou-lhes razão
Mostra-nos a magia do amor
Que está no fundo do coração
Quem não teve um monte
Onde estava a sua fonte…
E tudo mais a arder.
Desconhece a lagrima caída
E a alma vencida
Por tanto sofrer
Se dor que nos invade
Pode-se mostrar a saudade
Dos tempos dos nossos avós
Então vimos que esto foi uma armadilha
Por isso não há partilha
Como sempre estamos sós
Estreia de uma viagem
A muito prometida
Não traz nada na bagagem
Só a experiência da vida
O amor é uma albarda
Que se dá a quem se quer bem
E eu para não ser albardada
Não tenho amor a ninguém
Tristezas não pagam dividas
Não te quero ver chorar
Em vez de lágrimas caídas
Gosto de te ouvir cantar
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade
Matou se o conde Lipe
Numa noite de Natal
Foi dar agua aos seus cavalos
Sobre as rochas do mar
Os cavalos a beberem
E o cavaleiro a cantar
O Rei que estava a janela
Logo se pós a escutar
Acordai filha Silvana
Para ouvir tão lindo cantar
Aquilo é anjos no céu
Ou é sereias do mar
Aquilo é Conde Lipe
Que comigo quer casar
Se ele contigo quer casar
E o mandarei matar
Mas se ele for a morrer
Eu não hei-de cá ficar
Já lá vai padecer
Antes do sol raiar
Ela se enterrou na pia
E ele lá em cima no altar
Ela se tornou numa pomba
E ele um pombo Real
As rosas caiam do céu
E eles pegavam a brincar
Juntavam bico com bico
Como quem se queria beijar
Juntavam asa com asa
Como quem se queria abraçar
A rainha como invejosa
Logo os mandou recortar
Ela deitava Sangue e leite
E ele um puro cristal
Lá pegaram uns vós
Para outras bandas do mar
Os olhos que os viram ir
Mas nunca os viram voltar
Casamento que Deus faz
Não se podem desmanchar
Á tanto de fantasia
Como á de humildade
Encara com alegria
A dura realidade
Olhos negros cheios de luz
Como esses teus morena
O teu olhar me conduz
Que de mim estais com pena
29-1-2004
Eu gostava de aprender
Mas é esta a minha sina
Trago comigo a esperança
O sonho vem de menina
O sonho não tem cor
Esse teu pensamento
Trazes nas azas do vento
A alma de sonhador
Diz que quem ama confia
Um provérbio popular
Encerra alguma magia
Pertence ao verbo amar
Alegria e tristeza
Tudo por mim tem passado
Se muito me tenho rido
Muito mais tenho chorado
Libelinha voa
Nunca pares de voar
Leva contigo a esperança
De quem não para de sonhar
O sonhador é feliz
O trovador é cantor
È o sábio quem o diz
Ambos falam de paz e amor
Minha querida fonte santa
Que já estas tão velhinha
Mas és tão querida e tão bela
Que ainda és rainha
Os olhos que eu amava
Eram os teus sorrateiros
Aqueles que me enganavam
Esses são os verdadeiros
A oliveira da serra
Dá-lhe o vento abana a rama
È no sitio mais escuro
Onde eu faço a minha cama
10,7,2012
De manhã ao despertar
Com medo de estar só
Ergo a vos para cantar
Sinto na garganta um nó
A seguir lagrimas me brotam
As ideias se me furtam
E eu paro de pensar
Pergunto na multidão
Alivio para o meu pesar
Mas uma mágoa imunda
E o que vou encontrar
Em todo á escuridão
E uma saudade profunda
Evade o meu coração
Pois a vida é uma ilusão
Tormentos não sei porquê
O futuro ninguém provê
E á muita decepção
Arrastada por a dor
Eu confio em ti Senhor
Não me dês a solidão
-07-2000
Saudades não sei do quê
Pergunto a Deus com carinho
Responde-me então baixinho
Não andes tão á mercê
Nunca percas as esperanças
Eu escutei comovido
Sorrisos de crianças
Era o que tinhas pedido
Não lhe negues o amor
E se Deus me acompanhar
Ide voltar a cantar
Muito obrigado Senhor
Os meus Pais mudaram de uma casa da Cidade de Lagos para a serra de Monchique, nomeadamente Marmelete, para o sitio da Marioila a horas a pé daAldeia, mas estava próximo dos meus avos paternos.
Nos anos cinquenta eram grandes as diferenças de percursos de vidas, enquanto na Cidade a maior parte do trabalho girava á volta das pescas, o mar as fabricas, era a sua maior fonte de sustento para as famílias, embora a Cidade fosse rodeada de grandes hortas que a
completavam, assim me lembro da Cidade de Lagos.
As serras e as aldeias eram completamente diferentes, trabalhavam as terras e delas tiravam quase todo o seu sustento.
Atraí-nos a Cidade a escola, o cinema, as praias, as lojas, as diversões todo o seu potencial de uma Cidade.
Mas a serra também tinha muito para descobrir.
O sol era completamente diferente com mais luz, a lua quase não se vê na Cidade.
Aqui no campo ensinom-nos a respeitar, que a lua tem muita influencia com o ser humano, e danos noites de um luar que nos faz contemplala, outras o escura é tão abrangente onde o brilho das estrelas nos atrai, as nuvens quando se aproxima tempestade se lhe dá o sol são brancas teem um brilho intenso vai mudando de tons de sinsa á medida que a tempestade se aproxima o vento separas dando-lhes um movimento de dança um verdadeiro expetaclo, na Cidade nada disto tem alguma beleza.
Ainda recordo a diferença do acordar, não havia esgotos a Cidade era acordada pelo barulho das carroças puxadas por os animais, penso que deve ser da primeira manhã que acordei na serra a lembrança que está tão gravada na minha memória.
Os raios de sol brilhavam no verde das grandes sobreiras que estavam perto da casa dos meus avos mas tudo á volta era verdes completamente diferentes, o silencio era quebrado pelo cantar dos passarinhos a brisa da manhã trazia-nos o perfume dos arbustos e das flores das grandes encostas que rodeavam o monte, ouvia-se o correr das aguas nos ribeiros, os caminhos de terra muito macios que nos levavam ás casas mais prossimas, para a fonte onde havia um pequeno jardim, e davam acesso a toda a fazenda, são muitas as lembranças...
Como fomos ressebidos pelos nossos avos, chegamos já era noite, no dia seguinte algumas das pessoas vizinhas foram-nos visitar havia uma alegria no rosto como quem diz desta vez não é só uma visita vieram para ficar.
Apesar das dificuldades de adaptação que se estendia a toda a família.
O amor o carinho e respeito com que fomos recebidos por estas pessoas tão simples mas dotadas de nobres sentimentos, ajudaram-nos a ultrapassar as barreiras de uma tão brusca mudança de vida, em pouco tempo fomos nos integrando, sentindo interesse na aprendizagem do trabalho que nos esperava, dos abitos e tradições.
As pequenas povoações viviam muito em conjunto para o bem e para mal, ajudando-se nas pequenas e nas grandes tarefas, o caso das matanças de porco que decorriam normalmente de novembro a fevereiro, as trocas de ajudas davam sempre o seu ar de festa, num ambiente de amizade, onde não faltavam os bolos e bebidas, que davam origem ás cantigas ocasionais as desgarradas e se era próximo ao ano novo cantava-se as janeiras e os reis.
O carnaval era outra oportunidade de convívio e criatividade mas á meia noite de terça-feira acabava tudo, para dar lugar ao inicio da quaresma.
Tempo de silencio e de abstenção para as pessoas com mais idade havia o jejum, o resto da família em especial a gentes mais nova fazia as refeições mas mais a base de tempero com azeite, as tradições da quaresma foram as que mais me marcaram.
A sexta-feira era o dia de jejum. E a comunidade juntava-se para rezar o terço os mistérios eram acompanhados de orações cantadas, orientado por uma ou duas pessoas mais velhas.
O respeito que envolvia este acto, levava a que só na quaresma se cantasse estas orações, talvez estas pessoas só cantassem uma vez por ano,
será esta a razão das orações cantadas se terem perdido com o tempo!?
Ao longo dos anos eu fui sentindo cada vês mais que tinha de escrever as minhas memórias.
Desta vivência dos abitos e tradições em especial as orações cantadas. Os livros ajudaram-me muito a dar sentido a minha vida de muito sedo aprendi a olhar para dentro de mim e perguntar-me quem sou euACHO um acto de humildade e coragem, falarmos das nossas origens mas sem isso não á identidade.
È verdade que quando perguntamos um livro elevamos o nosso pensamento aos grandes escritores e por vezes temos dificuldade em encontrar rumo na nossa leitura.
Esta é a minha maneira de pensar, terá a ver com a educação do nossotempo que tínhamos de aprender o que estava nos livros sem dar azas á nossa imaginação, ou será muito das minhas lembranças por ser corrigida de estar mal, e nunca a ver um elogio quando estava bem.
Isso levou-me a que na minha adolescência como gostava muito de escrever escrevia historias, poemas, e até fazia a musica para os cantar.
Mas como os escrevia dava-me a facilidade de os decorar, e para não me porem defeitos no que eu fazia.
Convencida que nunca me ia esquecer nem tinha o conhecimento
Da importância que hoje teria para mim ter estes trabalhos rasgava tudo. hoje pouco me resta na memória do que escrevi na minha infância , contudo deixo aqui algumas dessas memórias de palavras de uma vida lançadas ao vento...